sexta-feira, 22 de junho de 2012

Glaucoma: doença silenciosa que pode levar a cegueira


Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que de cada dez pessoas com glaucoma, uma fica cega sem sequer saber que portava a doença. 

Estimativas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) indicam que, atualmente, existe pelo menos 1 milhão de brasileiros glaucomatosos, dos quais mais da metade (635 mil) também desconhecem possuir o problema.

Segundo a chefe do departamento de glaucoma do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Luciana Malta de Alencar, o glaucoma não apresenta sintomas na sua fase inicial, razão por que é uma doença traiçoeira. Daí a importância da prevenção, feita de forma simples, por meio da consulta com um oftalmologista.

Muitas pessoas só desconfiam que há algo errado com seus olhos quando percebem a perda da visão periférica, fenômeno que só se manifesta com o glaucoma em estado avançado. "Essas alterações são irreversíveis e quanto antes o glaucoma for detectado mais eficaz é o tratamento", alerta a médica.

Segundo Luciana, apesar de ser o principal fator de risco para a doença, existe uma grande variação nos efeitos da pressão intraocular. Alguns apresentam glaucoma com a pressão intraocular em níveis normais e outros, apesar dos níveis elevados, não desenvolvem o glaucoma.

O alerta para a prevenção é exatamente por que o glaucoma só mostra seus primeiros sinais depois que já está instalado e de forma irreversível uma perda de 40 a 50% da estrutura do nervo óptico, o que leva a diminuição do campo de visão periférica ainda de modo quase imperceptível para seu portador.

Com este quadro, quando o paciente se dá conta que algo não vai bem com sua visão, já está enxergando só o que lhe permite a visão central. A sensação é como se enxergasse por dentro de um tubo, porque ao redor tudo está preto e só é possível ver o centro, o que está à frente, ilustra a oftalmologista.

O glaucoma representa a maior causa de cegueira irreversível no mundo. A OMS prevê um crescimento mundial de portadores de glaucoma de 60 milhões para 80 milhões de pessoas até 2020. No Brasil, cerca de 2% da população é portadora e, em muitos casos, desconhecem o fato e não tratam.

Segundo Luciana Alencar, há fatores genéticos que predispõe ao surgimento do glaucoma. Além de questões como raça e idade que são avaliadas em uma investigação sobre risco, pessoas que possuem familiares com glaucoma devem preocupar-se em frequentar o oftalmologista para avaliações regulares. Também devem ser avaliados o diabetes, o uso inadequado de medicamentos como corticóides, a alta miopia e os traumas oculares como acidentes ou batidas.

O Glaucoma não tem cura, mas o diagnóstico precoce e a fidelidade do paciente ao tratamento são essenciais para garantir a qualidade de vida do portador da doença. "Com tratamento adequado, o paciente consegue retardar a perda da visão periférica e perpetuar sua quantidade e qualidade de visão."

fonte: http://vilamulher.terra.com.br

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