sexta-feira, 27 de abril de 2012

Síndrome Visual Relacionada a Computadores (SVRC)

Os computadores têm se tornado quase indispensáveis para a maioria das funções cotidianas. A popularidade do computador, incrementado com facilidades de acesso à internet, tem conquistado uma enorme quantidade de profissionais, que o utilizam como ferramenta indispensável para o exercício de suas funções. Com isso, cada vez mais pessoas têm experimentado sintomas visuais associados ao uso excessivo de computadores.

A Síndrome Visual Relacionada a Computadores (SVRC) se refere a um grupo de sinais e sintomas diversos e variados, que podem ser atribuídos ao uso do computador. Os sintomas visuais são as principais queixas e motivos de consulta médica, dentre os problemas de saúde ocupacional nos usuários de computadores.

Os sintomas oculares mais frequentes da SVRC são cansaço, sensação de corpo estranho, ardência, dor, irritação, vermelhidão, ressecamento e turvação visual.


Estima-se que até 90% dos usuários de computador por mais de três horas diárias apresentem algum tipo de sintoma relacionado à SVRC. As principias causas estão relacionadas a mecanismos da superfície ocular, acomodativos e extraoculares.

Existem várias evidências que o uso de monitores causa astenopia. A condição do paciente pode contribuir para a sintomatologia e a análise individualizada do paciente quanto à refração, binocularidade e acomodação devem ser considerados. Evidências clínicas têm mostrado que o uso prolongado de monitores provoca diminuição no poder de acomodação e na capacidade de convergência, assim como leve indução de miopia transitória pelo esforço acomodativo.

A resolução da tela (medida em pontos por polegada), o contraste, assim como a iluminação ambiente podem ser fatores importantes no conforto visual e na melhora da SVRC. As telas de cristal líquido (LCD) geralmente apresentam melhor resolução e iluminação, assim como refletem menos a luz do ambiente.


A iluminação excessiva da sala, bem como luzes que incidem e refletem na tela do computador, geram imagens confusas e dificultam a focalização nela. Os filtros protetores, que são colocados na frente do monitor, podem contribuir diminuindo a reflexão de luzes que incidem na tela, já que as fontes de energia luminosa externas passam duas vezes pelo filtro enquanto as emitidas pelo monitor passam uma vez, aumentando o contraste entre as imagens. Outro papel destes filtros seria quanto à redução de energia eletromagnética e outras radiações emitidas pelo monitor.

A taxa de renovação (refresh rate) da tela se refere ao intervalo em minutos que a tela é preenchida para produzir uma imagem. Taxas muito baixas (8 a 14 Hz) podem contribuir para crises convulsivas. Taxas maiores (80 a 120 Hz) podem melhorar a sintomatologia ocular e o conforto do usuário e podem ser ajustadas nas configurações avançadas do vídeo no computador.

A posição do monitor também é importante quanto à ergonomia e conforto da musculatura cervical. Em geral, a tela deve estar entre 70 a 100 cm do usuário, num nível 10 a 20 graus abaixo dos olhos, proporcionando maior conforto e menor estresse postural.

Uma das principais causas do cansaço visual é o ressecamento ocular. A diminuição do piscar associada a outras condições ambientais, oculares e sistêmicas, como ar condicionado, ventiladores, disfunção meibomiana, pouca ingestão de líquidos, uso de medicamentos (diuréticos, betabloquea¬dores), fumo, podem contribuir para piorar esta sintomatologia na SVRC.

A maioria dos indivíduos pisca 10 a 15 vezes por minuto. Estudos mostram que esta taxa pode ser reduzida em até 60%, resultando em sintomas de olho seco. O uso frequente de lubrificantes oculares pode melhorar esta condição de forma significativa.

O tempo de uso do computador e o desgaste físico e visual estão diretamente relacionados. Sugere-se que pequenas pausas, de 5 a 10 minutos por hora, de preferência fixando a distância e sem olhar para o monitor, possam causar menor desgaste visual, com melhora do desempenho no trabalho. Além disso, os turnos de 4 horas no computador devem ser interrompidos por pausas maiores para evitar maior desconforto visual.

A correção visual adequada para o computador deve ser avaliada individualmente. Em geral, as opções de lentes que privilegiam a zona intermediária e de perto, com corredores mais amplos tendem a ser melhor aceitas do que as lentes multifocais tradicionais. Alguns usuários podem ter desconforto com a procura do foco, oscilando entre o monitor, texto de leitura e teclado, nas zonas de progressão da lente multifocal. As correções monofocais tendem a dificultar a obtenção de um foco ideal para as diferentes distâncias na mesa do computador e ambiente de trabalho. As lentes multifocais para adaptação em armações pequenas podem também comprometer a zona de visão intermediária e não serem a melhor escolha para este uso. De qualquer forma, médico e paciente devem discutir as opções disponíveis no mercado, visando atender as expectativas, que devem ser apresentadas durante a consulta.

Ainda não sabemos os efeitos deletérios que possam decorrer da exposição frequente aos diversos tipos de radiações, eletromagnéticas, de radiofrequência, dentre outras, dos computadores, celulares, fornos de micro-ondas e utensílios da vida moderna. Somente o tempo poderá mostrar o que alguns estudos tentam comprovar com evidências ainda pouco conclusivas a este respeito.

Como o uso destas poderosas máquinas faz-se imprescindível e em muito contribui para o desenvolvimento da medicina, o convívio harmonioso entre homens e máquinas deve ser regido pelo bom senso, em que os computadores nos sirvam, permitindo mais tempo livre para outras atividades de lazer e convívio humanos, fundamentais para a saúde e bem estar.

Fonte: SBO



segunda-feira, 16 de abril de 2012

Emergências Oftalmológicas

Emergências oftalmológicas são os casos onde há dor ocular aguda persistente e/ou alteração súbita da visão.

São causas importantes: traumatismos, glaucoma agudo, oclusão de vaso retiniano.

Traumatismos

Os perfurantes comprometem a visão conforme a área atingida. São importantes pelo risco de infecção ocular. Quando a córnea é afetada na área do eixo visual a visão ficará comprometida.

Os traumatismos não perfurantes podem provocar:

  • fratura de órbita (especialmente assoalho da órbita)
  • paralisia de musculatura ocular (causando visão dupla)
  • descolamento da retina
  • rotura de coróide (camada que nutre a retina )
  • lesão do nervo óptico
  • catarata e
  • erosões na córnea

A presença de corpo estranho provoca sintomas que variam de intensidade, conforme a localização no olho (incomodam mais os que afetam a córnea). Agentes químicos e sol podem causar queimaduras (em geral sem deixar seqüelas), em pálpebras, conjuntivas e córneas.

Glaucoma agudo

Há aumento súbito da pressão ocular provocando muita dor, vermelhidão do olho, percepção de halos coloridos ao olhar para uma lâmpada e diminuição importante da visão. Quando não tratado dentro de 24 horas pode levar à perda definitiva da visão.

Oclusão de vaso retiniano

Há perda súbita da visão sem dor. Quando há oclusão da veia ou da artéria central da retina,há uma perda aguda importante de toda a visão e, quando é de um ramo, há uma perda parcial. 

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O que é blefarite ?

A blefarite é uma inflamação comum e persistente das pálpebras. Produz sintomas tais como irritação, prurido e, em alguns casos, olho vermelho. 

Esta condição afeta frequentemente as pessoas que tem tendência a apresentar pele oleosa, caspa e secura ocular. A blefarite pode começar na infância, causando granulação nas pálpebras e continuar por toda a vida como uma afecção crônica, ou iniciar mais tardiamente na vida. 

A superfície da pele normal contém bactérias e, em certas pessoas, tais bactérias estão presentes na pele da base dos cílios. A irritação resultante, às vezes associada com a atividade excessiva das glândulas sebáceas vizinhas, produz escamas parecidas com caspa e partículas que se formam ao longo dos cílios e pálpebras. 
Em algumas ocasiões, as escamas ou as bactérias produzem somente irritação e prurido leves, porém em outras podem causar ardência e sensação de areia nos olhos. A blefarite pode conduzir a complicações mais graves, como inflamação dos tecidos oculares, em especial a córnea. 

Como se trata a blefarite ? 

A blefarite pode não ser curável, porém é possível controlá-la mediante algumas medidas diárias: 
Pelo menos duas vezes ao dia, aplique compressas mornas sobre as pálpebras fechadas durante dois a três minutos. Este procedimento descola as escamas e detritos, além de solubilizar as secreções oleosas das glândulas sebáceas tarsais, prevenindo assim o aparecimento de calázio, que é um tipo de inflamação da glândula sebácea palpebral. 

Utilizando a ponta do seu dedo envolta em um pano fino ou uma haste de algodão ( cotonete ), esfregue com delicadeza a base dos cílios aproximadamente 15 segundos em cada pálpebra. 

Se o médico prescreveu pomada com antibiótico, aplique uma pequena quantidade na base dos cílios, preferencialmente na hora de dormir. 

Estas simples medidas higiênicas diárias reduzirão ao mínimo a necessidade de medicações adicionais que alguns pacientes requerem para controlar seus sintomas: 

Lágrimas artificiais. Deve ser aplicada para aliviar os sintomas de olho seco. 

Corticoesteróides oculares. Podem ser utilizadas por um breve período de tempo para reduzir a inflamação. 
Pomada com antibiótico ou comprimidos antibióticos. Podem ser empregados para reduzir a quantidade de bactérias nas pálpebras. 



Na blefarite, as pálpebras superior e inferior estão recobertas por detritos oleosos e bactérias em tono da base nos cílios. O paciente refere irritação ocular e em certos casos, inflamação do olho, A limpeza regular e completa da borda palpebral contribui para o controle da blefarite. 
As enfermidades do olho podem manifestar-se a qualquer idade. Muitas delas não causam sintomas até que tenham produzido lesão. Por isso exames médicos realizados regularmente por um oftalmologista são muito importantes, já que muitos casos de cegueira são preveníveis quando são diagnosticadas e tratadas a tempo.

Fonte: Saúde Vida on Line

AMBLIOPIA O que é?

É uma diminuição da acuidade visual (visão) uni ou bilateral, onde não se encontra lesão ocular ao exame oftalmológico, que aparece em decorrência de obstáculos ao desenvolvimento da visão.
Como se desenvolve?
Acontece dentro dos seis primeiros anos de vida e é reversível quando tratada em tempo hábil. As causas mais freqüentes são: estrabismo ("vesgo") e erro de refração (altos graus ou diferenças importantes de grau entre os olhos).
Os dois primeiros anos de vida são os de maior plasticidade sensorial, isto é, dentro desse período a criança rapidamente perde visão quando surge algum problema, bem como recupera prontamente com o tratamento.
Também as chances de recidivas da queda de visão são menores quando o tratamento é feito nesse período.
Como se previne?
Como estrabismos de pequeno ângulo bem como diferenças de grau podem passar desapercebidas aos pais e ao médico não especialista, a prevenção da ambliopia definitiva está no exame oftalmológico de todas as crianças antes dos dois anos de idade.
Como se trata?
O tratamento clássico da ambliopia é a oclusão do olho de melhor visão, sendo que as ambliopias não tratadas até 8 anos de idade são consideradas irreversíveis. O tempo de oclusão depende da intensidade e da idade do paciente. Estudos recentes empregando levodopa e oclusão mostraram que é possível melhorar significativamente a acuidade visual, idependentemente da idade, em determinados pacientes com ambliopias antes consideradas intratáveis. Tendo em vista a literatura mostrar que as pessoas com pouca visão em um dos olhos tem maior chance de acidentar o olho de melhor visão, devemos tentar melhorar a acuidade visual do olho com ambliopia sempre que possível.
Fonte: ABC da Saúde