sexta-feira, 17 de maio de 2013

Ao contrário do glaucoma, que atrapalha a visão periférica, a degeneração macular prejudica a visão central. Conheça!



“Nuvem escura” na frente da vista ou um “borrão de tinta”. Essas são as duas metáforas mais utilizadas para quem tem a degeneração macular relacionada à idade (DMRI). A sensação de incômodo variar, mas os portadores concordam em um ponto: a doença, que atinge 30 milhões de pessoas em todo o mundo – quase 3 milhões só no Brasil -, chega a comprometer a qualidade de vida.

A DRMI é uma doença oftalmológica de maior prevalência entre indivíduos acima dos 60 anos. A estimativa é que 25% da população nesta faixa etária apresente algum grau da doença. A mácula é o nome dado a uma pequena membrana da retina. Embora tenha pouco mais de 2 milímetros de diâmetro, é responsável pela visão central.

A mácula é a parte da vista que capta os detalhes com mais clareza e precisão. E a que dá também a visão de cores. Como sua principal atribuição é proporcionar uma visão mais nítida e detalhada, os portadores da doença costumam encontrar dificuldade na hora de executar tarefas simples, como ler jornal, jogar cartas ou fazer tricô.

A DMRI também é silenciosa – A degeneração macular é uma doença silenciosa, assim como o glaucoma. Não causa coceira ou vermelhidão. Quando o paciente nota alguma diferença, já pode ser tarde demais. Na maioria dos casos, os portadores da doença relatam embaçamento da visão, distorção das imagens ou perda da cor. Há quem reclame, também, de formação de pontos negros e da sensação de visão dupla.

Ao contrário do glaucoma – que atrapalha a visão periférica -, a DRMI prejudica a visão central. Para onde quer que olhem, os portadores da doença são implacavelmente perseguidos por uma espécie de “nuvem escura” ou “borrão de tinta” no centro do campo de visão. Os portadores de degeneração macular não chegam a ficar cegos, mas perdem a visão central. Muitos precisam aprender a usar a visão periférica para poder concluir suas tarefas cotidianas.

A doença é multifatorial. O principal, como o nome diz, é a idade. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, cerca de 10% da população entre 65 e 74 anos sofre de degeneração macular. Esse número tende a subir para 25% em pacientes acima dos 75. Quanto mais avançada a idade, maior a incidência.

Dois tipos de DRMI – Pode ser dividida em seca (ou atrófica) e úmida (ou exsudativa). Das duas, a seca é a mais frequente. Ela responde por 90% dos casos. Normalmente, a do tipo seca tende a evoluir mais lentamente para a perda parcial da visão. A úmida, embora registre um percentual menor de incidência, é considerada a mais grave porque evolui mais rapidamente. Dependendo do caso, pode levar à cegueira em poucos dias.

O excesso de drusas torna a mácula mais fina e ressecada. Daí, o termo “seca”. Em alguns casos, a falta de oxigenação também provoca a reprodução desordenada de vasos sanguíneos. Quando esses vasos se rompem, provocam um sangramento que caracteriza a degeneração macular do tipo úmida. Felizmente, já existe tratamento para a degeneração macular do tipo úmida. A terapia a laser evita a progressão da doença em 90% dos casos.

Em alguns casos, os médicos recomendam o uso de antioxidantes sob a forma de comprimidos. A ingestão de um composto à base de vitaminas e sais minerais, como zinco, selênio e luteína, entre outros, ajuda a controlar a evolução da doença.

Importância do diagnóstico precoce

Na maioria das vezes, os portadores de degeneração macular confundem os sintomas da doença com “vista cansada”, “letra miúda” ou “óculos velhos”. Para muitos, tudo não passa de “coisas da idade”. Por diversas ocasiões, a doença só é diagnosticada quando há perda significativa da visão. É por essa razão que os médicos aconselham consultas oftalmológicas de rotina a partir dos 50 anos. Essa recomendação torna-se ainda mais importante quando algum membro da família já apresenta casos de degeneração macular.

Para detectar precocemente a degeneração macular, são necessários apenas dois exames: a tomografia de coerência óptica e a angiofluoresceinografia. O ideal é que as pessoas façam os exames oftalmológicos pelo menos uma vez por ano para afastar a possibilidade de qualquer doença ou descobri-las precocemente. Com a DMRI não é diferente: se diagnosticada a tempo, tem tratamento. Segundo os estudos clínicos, cerca de 95% dos pacientes tratados com o medicamento ranibizumabe tiveram a progressão da doença interrompida e 40% apresentaram melhoras na visão.

Outro tratamento possível é o transplante de retina, ainda não muito comum. A cirurgia consiste em retirar cerca de 1 milímetro quadrado da camada mais externa da retina e, logo em seguida, implantá-la na mácula do próprio paciente.

Fonte: Site Cuidados com Glaucoma, com informações da revista Viva Saúde

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